"Temos
amnésia da leveza, pois deduzimos que virá mais e mais no dia seguinte. Não
criamos álbuns de nossas gargalhadas, mas recortamos as cenas rancorosas e
amargas como se fossem definitivas e esclarecedoras.
Somos algozes da
felicidade e, ao mesmo tempo, vítimas da infelicidade.”
(Carpinejar)
A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO AMOR
O amor inquietava pela simplicidade e
leveza.
Tão puro, cristalino e pleno em sua
essência que desestabilizava, porque o seu coração era primitivo e
despreparado. Ele só conhecia o amor denso, pesado e egoísta.
Por isso, duvidava, estranhava e
desdenhava. Sabia-se amado, mas não era capaz de retribuir, não se permitia
desfrutar.
Os dias se passavam e o amor aumentava, se
tornava mais intenso, porém sem perder a sutileza; ele não suportava. Sentia falta da angústia, do sofrimento e da dor.
Estava tão cego que a percepção embaçada
minava a doçura. Inconscientemente refutava e rejeitava aquele amor, porque na
verdade, era bem maior do que ele podia suportar.
Até que um dia ela cansou, chorou e
decidiu. Saiu pela porta, levando apenas
o amor na bagagem e partiu.
No meio da nada, ele acordou sentindo o
peso da falta do amor.
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