PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Retrovisor


RETROVISOR
 
O que dói não é o fim...

Quando na verdade nunca houve começo,

apenas a ilusão de quem amou sozinho.

 

O que dilacera a alma é ser fulminado

pelos raios de indiferença fosca

lançados por um olhar de vidraça.

 

Por fim,

já não há pranto nem desencanto.

Só marcas na estrada vistas

pelo espelho embaçado

do retrovisor...

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