PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Um punhado de versos

UM PUNHADO DE VERSOS

Num punhado de versos cabem silêncios
Gritos agudos, soluços contidos
Segredos escabrosos de confissão

Cabe o sopro, o nada, um apelo indizível
Um vórtice, espasmo, um sustenido
A rima incoerente, uma canção

Uma palavra, um mote, um fonema
Ecos de vida na partitura d´um poema

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