OBLÍQUO
Ao longe cai a tarde...
O dia se despede morno
No sol que morre, enviesado
Inverno que apaga a lua
Sonhos desertam, em revoada
Melancólica
alma exilada
Entre a bruma que veste o amanhã
Risco um verso no sentimento
PALAVRAS SINGULARES
São palavras jeitosas, formosas, inteiras.
Sem sentido, sem juízo, sem valor.
Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.
Palavras intensas, carentes ou contentes.
Indecentes, inocentes, contingentes.
Trazem riso, pouco siso, alegoria.
Palavras de fé, de magia, de folia.
Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.
Falam de amores, de dissabores,
exaltam as dores.
Palavras alegres, cintilantes, efusivas.
Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.
Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.
Assim como falam, se calam.
Suplicam, replicam, explicam.
Palavras perdidas, inventadas...
De enfeite, deleite, um falsete.
Palavras tão belas, palavras de fera.
São palavras singulares,
São palavras de mim.
A tarde sempre tem uma magia especial.
ResponderExcluirÉ o momento do dia que mais gosto de admirar nesta fusão de cores.
Muito lindo e a ilustração ótima.
Bjs