CÁRDIO POETA
Uma arrebentação de
emoções
rompem os gradis da
alma,
jorram sem pudores
nos versos...
Estandarte rendilhado
de poesia,
flameja nos píncaros
da solidão,
acena que há vida
pulsante
nos desertos do
coração.
PALAVRAS SINGULARES
São palavras jeitosas, formosas, inteiras.
Sem sentido, sem juízo, sem valor.
Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.
Palavras intensas, carentes ou contentes.
Indecentes, inocentes, contingentes.
Trazem riso, pouco siso, alegoria.
Palavras de fé, de magia, de folia.
Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.
Falam de amores, de dissabores,
exaltam as dores.
Palavras alegres, cintilantes, efusivas.
Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.
Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.
Assim como falam, se calam.
Suplicam, replicam, explicam.
Palavras perdidas, inventadas...
De enfeite, deleite, um falsete.
Palavras tão belas, palavras de fera.
São palavras singulares,
São palavras de mim.
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