RESTOS
DE ESPERANÇA
Na
varanda de meus olhos
Repousa
uma esperança
cansada,
maltratada,
quase
mutilada...
Traz
na face as marcas
de uma
longa caminhada
No peito, novelos já
gastos...
São fios de uma saudade
do que ficou na estrada
Sonhos nunca vividos,
ilusões desfiguradas
tropeços,dores e amores,
lembranças amareladas...
Vestida de trapos e medos,
como se fosse uma mortalha
balança seus temores
numa velha cadeira de
palha...
Através de grossas
lentes, sujas e embaçadas,
vislumbra o horizonte
para além da passarada...
no palco da noite
estrelada,
o vento sopra uma canção
nas cordas enluaradas
Sinos dobram ao longe
acordes de anunciação...
Ecoa uma débil certeza
que o sol sempre desperta
no rastro da madrugada
Inspirado no poema " Minha Janela" do poeta Dado:
"o vento sopra uma canção nas cordas enluaradas" é tão lindo que nada mais precisaria ter sido escrito. Foste, cara poetiza, neste texto, e mais especificadamente neste frase, de felicidade ímpar... Te invejo... Gostaria de ter escrito isso!
ResponderExcluirEu escolheria outra passagem...
ResponderExcluir"Na varanda de meus olhos
Repousa uma esperança
cansada, maltratada,
quase mutilada..."
Define melhor meu grande amor por esse poeta.