PALAVRAS SINGULARES
São palavras jeitosas, formosas, inteiras.
Sem sentido, sem juízo, sem valor.
Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.
Palavras intensas, carentes ou contentes.
Indecentes, inocentes, contingentes.
Trazem riso, pouco siso, alegoria.
Palavras de fé, de magia, de folia.
Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.
Falam de amores, de dissabores,
exaltam as dores.
Palavras alegres, cintilantes, efusivas.
Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.
Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.
Assim como falam, se calam.
Suplicam, replicam, explicam.
Palavras perdidas, inventadas...
De enfeite, deleite, um falsete.
Palavras tão belas, palavras de fera.
São palavras singulares,
São palavras de mim.
Que nenhum dia-noite se abata sobre ti poetisa, e que a razão, essa destruidora das ilusões, seja forasteira ligeira em tua mente, a portar látego macio e não cnute implacável. Que não haja outras quimeras senão a que se esvaiu e não permita que a poesia afunde... Não sobre as brumas que lembram o mar que tanto, amas... Sê, pois, o verso novamente exaltado, eis que agonia também é ânsia de desejo, não só sofrimento.
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