PALAVRAS SINGULARES
São palavras jeitosas, formosas, inteiras.
Sem sentido, sem juízo, sem valor.
Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.
Palavras intensas, carentes ou contentes.
Indecentes, inocentes, contingentes.
Trazem riso, pouco siso, alegoria.
Palavras de fé, de magia, de folia.
Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.
Falam de amores, de dissabores,
exaltam as dores.
Palavras alegres, cintilantes, efusivas.
Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.
Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.
Assim como falam, se calam.
Suplicam, replicam, explicam.
Palavras perdidas, inventadas...
De enfeite, deleite, um falsete.
Palavras tão belas, palavras de fera.
São palavras singulares,
São palavras de mim.
Não fosse o mar, seria o ar, não fosse os olhos, seriam a boca, os cabelos... Assim enxergamos os seres humanos que bem-queremos... Sempre com bons olhos... E o desejo? Este surge, parece-me, com maior intensidade à vista da impossibilidade, mas se estende e toca o fundo do coração e rói, como diria Adoniram Barbosa, "feito rato em queijo parmesão". Assim, ai quem me dera!...
ResponderExcluirAh, se pudéssemos viajar "adentro" de certos olhares... pensamentos que acharam saídas nos lábios, anseios, desejos quantos mistérios existem na rota de um olhar!
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