PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Um poema, um falsete

UM POEMA, UM FALSETE

Um verso, um flerte...
Promessa em cada rima
Amor inventado.
O pavio da ilusão
Acende o olhar
Que beija o texto...
Finda a conquista,
Na esquina das linhas
Muda o contexto.
Novo verso, outro flerte...
Um poema, um falsete.

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Sereiando

SEREIANDO


Um canto de sereia
Rabisca versos na areia
Mais um conto de amor.
O peito menino
Veleja sem destino
Coração navegador...
No sonho acalentado ao vento,
O mar enfim, serenou. 

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Ranco de estrelas

RANCHO DE ESTRELAS

No rancho do firmamento
Lá no átrio das alturas
Brilham lindas criaturas
Candeias na escuridão.
Astros de infinita grandeza
Com sua generosa beleza
Bordam sonhos na imaginação.
Estrelas que povoam o infinito
Salpicam sobre o frio granito
Formam um tapete no chão.
Estrelas são musas da lua...
Sempre que a noite vai alta
Espalham-se como ribalta
Na vastidão do universo.       
Cadentes, riscam o espaço
Escondem no rastro desejos
Revelados em realejo
Ou na tessitura de um verso.
Quando a chama do amor
No peito vem se abrigar
Esse brilho das estrelas
Reflete no céu d´um olhar






sábado, 23 de maio de 2015

Pictórico

PICTÓRICO
No limiar do entardecer
Espalham-se no ar eflúvios
De melancolia...
Quando o sol deita no mar
E o breu apaga o dia,
Ouve-se na alma o crepitar
das fagulhas de poesia.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Transcendência

TRANSCENDÊNCIA

Quando a aurora pare o dia,
Desgarram-se do ventre
Versos amanhecidos de saudade

Entre as brumas do despertar,
Irrompe o pensamento...
Gaivota altaneira

Esvoaçar sem destino sobre o mar  
      Transcender na liberdade de sonhar

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Beij-(a)-mor

BEIJ-(A)-MOR

Beijo de beija-flor tem encanto e sabor...
No bico que beija, desejo que enseja a flor.
Asas ligeiras voam, espalham o pólen,
Segredos que as madrugadas recolhem...
Entre a maciez orvalhada das pétalas,
Bafeja do bico, um beijo de amor.