PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Partida


Combustível by Ana Carolina on Grooveshark 
 PARTIDA

Fique com teus fantasmas mesquinhos
que te consomem vorazmente e
assombram teus caminhos...

Padeça em tua indolência sem cor,
entre restos que ocupam inutilmente
e alimentam teus anseios de dor...

Prenda-se nessa teia gasta,
cujos fios apertam e matam
lentamente tua vida que se arrasta...

Sobreviva em teu passado temporão,
empoeirado e nefasto,
que alicia teu coração...

 Morra nessa tua escravidão.
Estou partindo em busca de mim...
Cansei de tanta indiferença,
de sofrer com tua ingratidão.

domingo, 15 de dezembro de 2013

Sem rumo



SEM RUMO

Quando o sentimento é descuidado,
abandonado à própria sorte,
perde-se em descaminhos...
Lançado na fogueira do descaso,
arde nas chamas da indiferença,
 se consome lentamente...
Cegos entre as labaredas da
 incompetência,
sucumbimos sufocados pela fumaça  e
 ao final nos transformamos
em restos  de madeira queimada,
 espalhando cinzas pelo chão
 da solidão.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

O Peso das horas



O PESO DAS HORAS



Na angústia da espera,
o tempo estanca...
Presos no vazio da ausência,
ponteiros morosos arrastam-se
com ar de pouco caso...
Embalada pelo tic-tac,
a saudade  se demora.
Com o relógio pendurado 
no aposentodas emoções
 desarrumadas,
nem o prego na parede,
suporta o peso das horas.