PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

CÁLICE DO PRAZER


CÁLICE DO PRAZER

Na celebração do sonho,
bebemos um beijo
no cálice de nossas bocas...

Emoções liquefeitas
adoçam nossas
línguas como fino licor,
cujo âmbar confunde-se
com o matiz da paixão...

Desejos cintilam
como astros reluzentes
em torno de nossa órbita...
Embriagados,
rodopiamos na
galáxia do
prazer.

sábado, 26 de janeiro de 2013

GRÁVIDA DE AMOR


GRÁVIDA DE AMOR
Nas trilhas solitárias
do breu silencioso
a vida descansa...
Ébrios tropeçam
nas ilusões,
os sonhos pedem
passagem...
Violas lamentam
amores perdidos
derramados na voz
dos menestréis.
Debruçados em parapeitos,
olhos molhados fitam
o infinito...
Buscam consolo no
colo das estrelas.
Amantes comungam
no altar das alcovas
juras eternas no
cálice do prazer...
Alheia aos
infortúnios,
a lua inspira-se...
Com as entranhas emprenhadas
pelos anseios errantes,
explode em versos a vate...
Grávida de amor,
a noite pari poesia.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

NO CALOR DE TEUS VERSOS


NO CALOR DE TEUS VERSOS
Nas linhas de tua poesia,
Vou sutilmente caminhar.
Deitar em teus versos,
Sem pudores, me esbaldar...
Me atirar em tuas ondas,
Em teus desejos me banhar...
Vou mergulhar,
No infinito de teu mar,
Em teus anseios navegar.
Beberei de tua fonte,
Até me embriagar.
Nas teias de tuas rimas,
Sentindo-me emaranhar.
No calor de tua fogueira,
Em teus braços, vou dançar.
Em tuas chamas lascivas,
Deixarei, com prazer,
Meu corpo todo queimar.
Na pujança de tua pena,
Minha ânsia saciar...

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

CARNAVAL


 
CARNAVAL


Como se fosse tamborim
os anseios batucam
em meu coração.
Mergulhada em
euforia,
minha alma samba,
nesse carnaval
de emoções...

Nas alegorias da ilusão,
sou a rainha de tua bateria.
Entrelaçados nos passos
desse rito profano,
dançamos na ala dos sonhos
e entregamos-nos ao
deleite, alheios
à multidão...

Embriagados pelo
ópio do desejo,
vestimos-nos de
fantasias e na
passarela do prazer,
desfilamos nosso
samba enredo.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

EMERSÃO



EMERSÃO



Na aridez da alma,

Sonhos rachados e

Ilusões perdidas...

No calabouço da amargura,

Esmagada pelas  paredes da

Agonia a

Solidão ecoa...

Abafado no oco do

silêncio absurdo,

Um soluço agudo

Explode em lágrimas,

No solo da

desesperança...


De repente,

A vida emerge aflita,

Escavando a terra seca,

Agarrada à réstia de luz...


Num lampejo de rebeldia,

Rompem-se as teias da

Inércia...



Entre as frestas da tristeza,

Nasce poesia.








segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

AMOR AO MAR


AMOR AO MAR


Se tu fosses meu mar
Minha vida seria poesia
Tuas ondas a me embalar
Com cheiro de maresia

Navegaria sem medo
Por tuas águas silenciosas
Adormeceria em sossego
Ao som de tuas marolas

Se tu fosses meu mar
Em tuas espumas brilhantes
Deixar-me-ia banhar
Sentindo arrepios extasiantes

Despida de roupa e pudores
Mergulharia em teu furacão
Tu lavarias minhas dores
Com os beijos de tua paixão

Se tu fosses o meu mar
Meu corpo seria a areia
Molhada sempre a esperar
Pelo Netuno como uma sereia

Tuas ondas preencheriam
O meu porto solidão
Tu serias o timoneiro
Desse errante coração

 Enfim, se tu fosses meu mar
Até os fins de meus dias
O sentido da vida
Seria te amar














Inspirado no poema " Mar de Amor" do poeta Dado:


domingo, 20 de janeiro de 2013

CALMARIA


CALMARIA

Na vertigem da entrega
sinto-me tragado por desejos
divididos entre a terra e o mar.
Diante de apelo silencioso
das águas turbulentas,
o cais se faz necessário
porto da minha ambição...

Ancoradouro bucólico,
onde marolam carinhos
à luz difusa do farol
que faz a lua suspirar.
As ondas brancas das águas
que beijam a areia da praia,
trazem promessas sutis...

No cenário da vida, 
há marcas que ficam
tatuadas no tempo.
Na memória da alma
bailam fragmentos
em lampejos cintilantes.
São os momentos felizes
que a vida nos dá...



Beth Lucchesi & José carlos de Souza







José Carlos de Souza é poeta cadastrado no Recanto das Letras.





 






Um beijo



UM BEIJO



E então me enviaste um beijo...

Um simples beijo, sem intenções,

Eu acho

Um gesto de carinho, atenção,

Delicadeza...



Mas eu já havia me antecipado,

E para mim não era mais

Um simples beijo

Era um beijo desejado...



Tocou-me os lábios,

Causou frissom...

Tua boca molhada

Invadiu a minha

Sedenta...



Nossas línguas

Se (re) conheceram

A tua, buscando espaço

Em meu céu...



Meu corpo todo

Sentiu-se beijado,

Acariciado...



Como ondas

Magnéticas,

Teu beijo percorreu

Os canais,

Preencheu os

Espaços...



E como um furacão,

Rompeu as comportas,

Provocando uma

Inundação.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Interlúdio


  INTERLÚDIO


Sobre a tez aveludada
Uma borboleta repousa
Aspirando o aroma inebriante,
E a flor desabrocha em luz....

No calor do toque
Sensações afloram
Intensamente...

Nesse ritual silencioso
O desejo explode
Incontinente

Interrompendo a pausa,
O delírio ecoa
No prazer da entrega...