PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

sábado, 12 de dezembro de 2015

Rendição

RENDIÇÃO

Agasalho-te entre os seios...
Colar de desejos rendados
Que se espraia pelo colo
Ofegante...
Sobre a alvura da epiderme,
Os bicos cintilam como
Pérolas de marfim...
Refém do fascínio e da cobiça,
Tu te rendes...
Entre as paredes macias
Desse paraíso encarnado,
Deságua sem reservas
Teu rio extasiado



terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Sou das canções...

 Sou das canções...

Um fado das cotovias
O lamento da poesia
Melodia sem refrão
Clave de um poema
Afivelado na garganta
Sustenido de emoções