PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

domingo, 29 de novembro de 2015

Quando nos rouubam os sonhos

QUANDO NOS ROUBAM OS SONHOS

Quando um sonho é abortado a revelia
Do ventre da alma com um açoite
O peito dilacera-se em sangria
E os dias são tragados pela noite

Quando um sonho é ferido de morte
Pelas mãos perversas do destino
Somos largados à própria sorte
Zumbis padecendo em desatino

Quando os sonhos naufragam na ilusão
Pela tormenta da realidade
Mergulhamos na obscuridade

O sonho é a esperança emergida
A utopia que alimenta a vida
O mote que acelera o coração

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Desejo silente

DESEJO SILENTE

Um olhar cálido te busca
em pensamento...
Numa lânguida espera,
o corpo sonha,
alheio ao tempo...
Na textura da pele
desenha-se sutilmente,
os segredos do desejo
silente

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Alma Sazonal

ALMA SAZONAL

Na inquietude de minh´alma sazonal
Transmutam as estações...

Meus verões acendem as paixões
Desnudo-me sem pudores
Solto os desejos ao vento
No calor do sol
Sou girassol...

Nos invernos sou hibernação
Agasalha- me a tristeza
Dentro das noites austrais
Visto-me de silêncios
Sou solidão...

Os outonos amarelam os sonhos
Sinto-me desfolhar
Em dias que fogem mais cedo
Ventos amenos esticam as noites
Com tons de melancolia
Sou poesia...

Em setembro, a floração
Escancaro as janelas
Pulo as sacadas no rastro das flores
Estampo sorrisos, esqueço a quimera
Sou primavera!




sábado, 7 de novembro de 2015

Sopro de prazer

SOPRO DE PRAZER

Nos campos viçosos de tua fantasia
Meu corpo esgueira-se entre veredas de desejos...
A nudez se esparrama sobre teus devaneios
E como um sopro que aquece as noites de verão
O prazer germinado, floresce