PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Aragem



ARAGEM
O vento bafeja saudade
com as notas de teu nome...
Melodia sincopada num
beijo tão suave que
ara a pele em ritmos
de arrepios...

domingo, 24 de agosto de 2014

Renascida

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Poeminha à toa



POEMINHA À TOA



Isso não é bem uma poesia...
É assim, um poema menor,
tipo um arranjo de uma nota só.
Esse aqui nem é um poeta...
Nada mais que um escrevinhador,
que vive às voltas com a emoção,
pelejando com o coração...
Um infante menestrel,
sempre rabiscando ao léu,
que só guarda na cachola,
rimas de amor e moda de viola...
Nas noites em que a lua festeja,
com seu brilho prateado,
corre e deita no telhado,
como um nobre convidado...
Quando enfim a madrugada veste,
com seu manto o universo,
o arauto não se faz de rogado...
Soltas os nós da inspiração,
estufa o peito enamorado,
saca do bolso mais um verso.





segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Amor em poesia



   AMOR EM POESIA

     Vou te amar
     em qualquer lugar...
     Não importa se não temos cama
     (a grama macia é pra deitar e rolar). 
     Na relva, na areia, nas estrelas,
     nós só queremos amar...
     Não importa se não tiver altar,
     (o céu, a terra, o luar
     há de nos abençoar)...
    Temos canto, paixão e magia,
     nosso rosário de conchas do mar...
     E quando o sol acordar,
     brindaremos o novo dia...
     No segredo dessa alquimia,
    com  a essência da nossa poesia,
    nosso amor há de sempre renascer,    
    em versos de encantamento e prazer.




   (Dueto com o poeta José Carlos de Souza escrito em 19/02/2013)

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Redemoinho



REDEMOINHO

Tantos caminhos trilhei...
Margeei atalhos e riachos,
afoguei-me em silêncios desertos,
espremidos entre escarpas e paredões...
Errantes, pés descalços,
sem destino,
sonhos perdidos em desatino,
no rastro das ilusões...
Cantei e dancei no lume de estrelas,
na solidão das manhãs desnascidas,
desabei...
Presa em redemoinho,
aquietei-me em teu laço,
refiz-me num abraço,
no aconchego desse ninho,
um poema desenhei.