PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Redemoinho



REDEMOINHO

Tantos caminhos trilhei...
Margeei atalhos e riachos,
afoguei-me em silêncios desertos,
espremidos entre escarpas e paredões...
Errantes, pés descalços,
sem destino,
sonhos perdidos em desatino,
no rastro das ilusões...
Cantei e dancei no lume de estrelas,
na solidão das manhãs desnascidas,
desabei...
Presa em redemoinho,
aquietei-me em teu laço,
refiz-me num abraço,
no aconchego desse ninho,
um poema desenhei.





Um comentário:

  1. Caminhos que percorremos
    Poesia que vamos sofrendo
    Dias que nascem morrendo
    Mas nós lutamos e cremos

    ResponderExcluir