PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Poeminha à toa



POEMINHA À TOA



Isso não é bem uma poesia...
É assim, um poema menor,
tipo um arranjo de uma nota só.
Esse aqui nem é um poeta...
Nada mais que um escrevinhador,
que vive às voltas com a emoção,
pelejando com o coração...
Um infante menestrel,
sempre rabiscando ao léu,
que só guarda na cachola,
rimas de amor e moda de viola...
Nas noites em que a lua festeja,
com seu brilho prateado,
corre e deita no telhado,
como um nobre convidado...
Quando enfim a madrugada veste,
com seu manto o universo,
o arauto não se faz de rogado...
Soltas os nós da inspiração,
estufa o peito enamorado,
saca do bolso mais um verso.





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