PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

EMERSÃO



EMERSÃO



Na aridez da alma,

Sonhos rachados e

Ilusões perdidas...

No calabouço da amargura,

Esmagada pelas  paredes da

Agonia a

Solidão ecoa...

Abafado no oco do

silêncio absurdo,

Um soluço agudo

Explode em lágrimas,

No solo da

desesperança...


De repente,

A vida emerge aflita,

Escavando a terra seca,

Agarrada à réstia de luz...


Num lampejo de rebeldia,

Rompem-se as teias da

Inércia...



Entre as frestas da tristeza,

Nasce poesia.








Um comentário:

  1. Sonhos não se perdem, são intocáveis... Por isso são sonhos.
    Por vezes enevoam-se pelas agitações e amarguras da vida....
    Mas não morrem, senão morreríamos nós...

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