PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

O Peso das horas



O PESO DAS HORAS



Na angústia da espera,
o tempo estanca...
Presos no vazio da ausência,
ponteiros morosos arrastam-se
com ar de pouco caso...
Embalada pelo tic-tac,
a saudade  se demora.
Com o relógio pendurado 
no aposentodas emoções
 desarrumadas,
nem o prego na parede,
suporta o peso das horas.


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