PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

domingo, 8 de dezembro de 2013

Tombo e poesia

TOMBO E POESIA
 Outro dia um amigo me contou que com o tempo chuvoso, o chão da rua onde costuma passar estava cheio de folhas e muito escorregadio, o que provocou um tremendo tombo.
Lembrando-me do velho Drummond, respondi:
Sempre haverá folhas e pedras em nosso caminho; podemos fazer das pedras alicerces e das folhas belos arranjos.
Como os tombos são inevitáveis, ainda nos resta fazer poesia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário