PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

domingo, 17 de julho de 2011

O TEMPO TEM PODERES

Com o tempo, a gente se acostuma
às ausências mais doídas.
Com o tempo, a gente se acostuma
com tudo nessa vida.
Quem é importante,
mesmo estando distante,
continua sendo amado.
O tempo tem esse poder
de fazer parecer
que aqueles que amamos
ainda estão, como antes, ao nosso lado.
Acaba o sofrimento,
o coração se aquieta
e a saudade só em alguns momentos
nos atinge como uma flecha.
Mas o tempo, também,
pode ser ingrato e cruel,
pode ir apagando da nossa mente
os rostos que achar conveniente.
Assim, se você ama alguém, realmente,
mesmo estando distante,
sempre se faça presente.
Entenda que quando um rosto
se apaga da nossa imaginação
acaba se apagando também
dentro do nosso coração.

(Silvana Duboc)

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