PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Cor de madeira...



COR DE MADEIRA...

Olhos cor de madeira...
Lenha que acende a fogueira,
atiça o fogo da paixão

Madeira crua que cheira...
Aroma que exala da terra,
solo fértil onde brota ilusão

Madeira bruta, de lei...
Tronco firme onde se talha,
traços esculpidos de solidão

Madeira cheia de nós...
Nos veios de seu floema,
corre seiva que inunda o coração

Castanho madeira, intenso...
Encanta, seduz e inquieta,
força de arrebentação

Olhos que guardam segredos,
Como um baú de carvalho...
O ébano de tua íris,
esconde caminhos de perdição.

2 comentários:

  1. Bom dia! Gostaria de saber de quem é a autoria da poesia "Cor de Madeira".
    Grata,
    Laura Machado (laura.mac14@gmail.com)

    ResponderExcluir