PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

terça-feira, 3 de junho de 2014

Arautos do amor



ARAUTOS DO AMOR

A noite é dos poetas...
Na negritude silenciosa,
emergem versos abafados,
poemas inacabados,
uma rima qualquer...
Sussurros que se esgueiram
pelos becos e vielas,
debruçam nas janelas,
embriagam-se nos bares,
espalham-se no ar
como perfume de mulher.
Poetas são arautos do amor...
Dançam ébrios na madrugada,
fazem de pergaminho a calçada,
desenham a giz sua dor.

Um comentário:

  1. Que linda construção/inspiração na mais bela definição destes seres iluminados como voce.
    Já venho para conhecer e entusiasmo com esta beleza.
    Prazer Beth.
    Um belo fim de semana a voce.
    Meu abraço.
    volto para o Recanto, rsrs.já adicionei aos meus favoritos como seguidor.

    ResponderExcluir