PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

sábado, 5 de julho de 2014

Possuída



POSSUÍDA

Os desejos adormecidos ontem,
despertaram hoje, ferozes...
Rodopiaram no leito,
sacudiram meu corpo sonolento,
fizeram-me possuída...
Como uma força obsessora,
corromperam meus instintos carnais.
Riram do siso, desdenharam da razão...
Ali, no olho do furacão da luxúria,
tragada pela volúpia,
escancarei as comportas,
quebrei todas as promessas,
entreguei-me à perdição...
Subjugada por uma orgia de sensações,
com as bênçãos da aurora que invadia a janela,
deixei-me exorcizar pelo gozo abundante
nas águas dessa procela.


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