PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

domingo, 29 de novembro de 2015

Quando nos rouubam os sonhos

QUANDO NOS ROUBAM OS SONHOS

Quando um sonho é abortado a revelia
Do ventre da alma com um açoite
O peito dilacera-se em sangria
E os dias são tragados pela noite

Quando um sonho é ferido de morte
Pelas mãos perversas do destino
Somos largados à própria sorte
Zumbis padecendo em desatino

Quando os sonhos naufragam na ilusão
Pela tormenta da realidade
Mergulhamos na obscuridade

O sonho é a esperança emergida
A utopia que alimenta a vida
O mote que acelera o coração

Um comentário:

  1. São tantos os sonhos que nos roubam que apenas nos sobram momentos de dor e angústia.
    Culpados serão muitos mas o principal fomos nós que acreditámos nas mentiras que graciosamente nos ofereciam.

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