PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

 
DONA TRISTEZA
(Betty Lucchesi)
 
 Dona tristeza, então voltaste...
Quase não a reconheci.
Chegaste de mansinho, sorrateira,
Acreditei  demorar a revê-la ou quem sabe, nunca mais.
Celebrei tanto sua partida que nem me despedi
Até desejei que fosses para bem longe, viajando por ai
Dei uma festa, soltei rojões....
Sorrisos esquecidos, emoções adormecidas, enfim.
Cantei, dancei, até recitei.
De tão feliz me excedi.
Sem vergonha, sem medidas...
Bebi tanto dessa fonte, que até me embriaguei.
O mundo se fez  meu
A vida enfim, novamente, estava aqui.
Problemas, que nada...
Era o amor, dona tristeza, que por aqui reinava.
E agora, tu, de volta...
E nem foste convidada.
Tua saudade, não queria...
Devias ter me esquecido.
Ou será que devo acreditar,
Que fomos feitas uma pra outra
E juntas para sempre iremos ficar....

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