PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

sábado, 4 de agosto de 2012


  VOLÚPIA
(By Me)

A palavra
salta do papel
e invade os olhos
mergulhando no labirinto
cercado de erotismo

Emaranhada nos tecidos
alterando os sentidos
em ondas libidinosas
causando uma
euforia psicodélica

Numa explosão avassaladora
em espamos frenéticos
Se desintegra
em coisa fluida
e retorna
esparramada
em forma
de gozo.




2 comentários:

  1. Extasiante seu blog, o desejo em profusão explode em seus versos... Jota

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  2. Recolho cuidadosamente em meus dedos as letras que se perderam e chupo-as, uma a uma, na esperança que a volúpia nunca acabe seu mister...

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