PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

SEM OPÇÃO


SEM OPÇÃO


Amar ou não amar
Será essa a questão?
Triste de quem crê
Na doce ilusão
De pensar que é dono 
Da situação
O amor não nos dá
Nenhuma opção
Porque ele, o amor
É avesso à razão
Chega sem avisar
Jamais pede permissão
Apodera-se sem pena
Do vazio coração
Fugir do amor
É cair num abismo
Sem proteção
Lutar contra o amor
É lavrar a condenação
Amar ao amor
Sem medo e sem culpa
Eis nossa redenção.



Um comentário:

  1. Com o que concordo... Não raro encaramos o amor como um intruso, que adentra nossas vidas inesperadamente, das formas mais estranhas, se instala em nossos corações... Pouco depois torna-se o suserano do nosso feudo nessa existência. Mas o amor, o amar, é tão inato do ser humano que cometemos felonia ao imaginá-lo intruso, senão senhor de nossas vidas... Não feloniemos, pois, o amor, expressão máxima da humanidade...

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