PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

domingo, 21 de abril de 2013

Borboletas no Olhar



BORBOLETAS NO OLHAR


Para levitar nos jardins da existência,
experimente...
Enxergar a beleza na simplicidade
Redescobrir-se a cada amanhecer
Repousar nos braços da paciência
Bailar no compasso do tempo
Alimentar-se da paz do casulo
Perceber-se na metamorfose
Beber no cálice da sabedoria
Desabrochar em essência singular
Pintar-se em tons multicores
Sobrevoar a vida com asas de sonhos
Trazer borboletas no olhar









Um comentário:

  1. Este texto, logo que o li, pareceu-me de uma beleza difusa. Desde logo identifiquei a beleza dos versos... Cada um fala de per si... Falei disso à autora... "Que precisava entender melhor 'esse negócio de borboleta'"... E foram várias as vezes que o li... E foi se formando, em mim, a imagem preconizada pela poetiza... Coincidentemente este texto veio em momento delicado para mim, o que, creio, colaborou para minha vocação... Hoje creio que estou trazendo borboletas no olhar... Bem, pelo menos foi assim que esse poema me ensinou a definir algo que passei a ver e não via...

    ResponderExcluir