PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Musa



MUSA

Nas sendas de teus versos
caminhei
Tracei pegadas sutis...
Nas encostas de tuas palavras
descansei
A voz de teu silêncio
escutei
Diante do espelho,
vesti-me de ilusão
Fiz-me musa...
Invadi tua solidão
sonhei...
Presa nessa teia,
entre os fios de tua elegia,
perdida em devaneios,
foi assim que me
encontrei.



Um comentário:

  1. Cara poetiza, eu diria que cada ato que traduzes, cara condição que colocas neste poema, eleva tua condição de ser humano, superior, eis que sensível às sensações emanadas de outrem, inclusive aos fios da elegia, tão natural em um ou outro momento da existência humana. Poucos, no entanto, têm tua sensibilidade para saber, ao menos pressentir, quando trilhou os versos, escutou o silêncio... Mais raros ainda aqueles que, com tão grácil colocação, conseguem exprimir suas andanças sentimentais... Um lindo texto poetiza...

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