PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Embriagada de amor



EMBRIAGADA DE AMOR

Longas horas me afastam de ti...
Ponteiros de um tempo moroso e insosso.
No galope da saudade,
percorro distâncias, sigo no teu encalço.
Varo noites em claro, afundada na penumbra
de tua ausência...
Encostada no balcão das lembranças,
sento-me em devaneios loucos...
Ébrio de paixão, o peito cambaleia
debruçado sobre pergaminhos
rabiscados com teus versos...
Sorvo lentamente goles de tua poesia
que escorre fluida pelos veios de
minh´alma...
Bebida preciosa,
aquece os desejos flambados
nas entranhas em chamas...
E assim, atravesso a madrugada
entre delírios febris, 
até desfalecer
embriagada de amor.





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