PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Idílio



IDÍLIO
Tomado de amor,
na beira da praia,
o poeta sonha...
Lê as mensagens rabiscadas
pelas ondas sobre o pergaminho
de areia e tenta decifrar os enigmas
do mar...
Céu azul que clareia,
lume de estrelas,
espumas ao vento,
candeia  de luar...
Alheio ao tempo,
sopra versos ao vento,
nas águas desse idílio,
deixa-se inteiro banhar.

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