PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Infinito anil



INFINITO ANIL

Pela janela do avião,
os olhos sobrevoam  a imensidão...
O tempo estanca.
De repente,
tudo o que se manifesta é
uma tamanha solidão.
Nessa vastidão anil,
sobre o tapete de algodão,
o horizonte é logo ali...
Pra todo lado há o infinito,
e o céu é mera ilusão.

Um comentário:

  1. Voar tem destas visões.
    Gostei,mas não senti o horizonte assim tão peto.

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