PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Amorfo



AMORFO
Entre as páginas
amareladas
de um  livro gasto,
poemas e pétalas
jazem esquecidos,
murchos e sem perfume...
Corroídas pelas traças
do tempo,
lembranças  empoeiradas
esfarelam-se no ar...
Vestígios desbotados
daquilo  que um dia
 se disse Amor.

Um comentário:

  1. Lindo poema ainda impregnado com resto do perfume de um amor.
    Ilustração bonita Beth.
    Bom lhe ver e ler.
    Carinhoso abraço de paz e uma boa semana de paz.

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