PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Nas asas do vento


NAS ASAS DO VENTO

Seguir a rota dos ventos,
deixar-se embalar pelo acaso
do tempo...
O vento refresca, acalenta,
traz no sopro cantigas do mar.
Melodia que afaga,
embala a alma,
faz sonhar.
O vento é poesia...
Poema em brisa fresca,
prosa de ventania.
Quando perdi de vista
teus passos,
vi-me fora do compasso,
mergulhei num vendaval.
Desencontrados caminhos,
coração em desatino,
às asas do vento menino,
entreguei o meu destino.




 

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