PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Faz de conta



FAZ DE CONTA

Vez por outra,
bagunço o vazio
da solidão...
Desenho estrelas,
invento a lua,
enfeito suas paredes
nuas...
Finjo-me de artista,
entro em cena,
entorno as mágoas
no chão.
No palco da tristeza,
abro as cortinas,
pinto e bordo,
improviso um poema.

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