PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Sem respostas



SEM RESPOSTAS

E por falar em saudade
Onde anda aquela amizade
Que em nossa alma sorriu

Por que razão se desfez
O laço da cumplicidade
Que sempre nos uniu

Em que instante rompeu
O esteio da  lealdade
Cristalina como um rio

Em que tela desbotou
O tom da delicadeza
Que coloria a tristeza

Por que será que o jardim
Ficou deserto de flor
Sem o perfume do amor

Será que foi tudo ilusão
Arrastada numa erosão
Pelas areias do tempo...

E falando em nostalgia
Você bem que podia
Qualquer hora aparecer

Pra compor uma melodia
Tomar café com poesia
Em meu ninho amanhecer

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