PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Poema fugidio

POEMA FUGIDIO

E o poema me escapa, fugidio...
Nada o comove nesse instante
Solto no vácuo, misantropo ao léu

A inspiração, uma cortesã indócil
Esnoba a sedução das palavras
Pro desespero do inócuo papel


         E assim findam-se as horas desse dia

             Nem de longe, o ar da graça da poesia

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