PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Vento devasso

VENTO DEVASSO

Ah quem dera esse vento
Te trouxesse em pensamento
Pra levantar meu vestido...
Enquanto espero ansiosa
Tua presença em ventania
Deixar minhas pernas de fora
Faço minhas as tuas mãos...
Enrosco, levanto o tecido
Num arrepio esqueço o juízo
Em segredo solto um gemido.

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