PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Simples?

 SIMPLES?

Um poema não é simples...
Simples são as palavras
Despidas de emoção

Poema é dor que sangra,
Cinzel que entalha,
Expiação...
Poema é paixão violenta,
Amor que sustenta,
Celebração...
Poema é riso, é viço,
Fogo, artifício
Explosão...
Poema é vida que pulsa
No peito, na veia,
Comichão...
Poema é o rio,
Oceano, é o cio
Arrebentação...
Poema é catarse,
Sacrifício, é mantra
Redenção...
Poema é a morte
Que jaz no concreto
Libertação...


Sob o véu da simplicidade
Rasga-se o verso em confissão
No rastro da eternidade
O poema é solidão

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