PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Uma e outra

Amigo, houve um engano.
Você primeiro tomou uma.
Esqueci e trouxe, depois, a outra.

Caro Amigo, sem problemas.
Assim como amei primeiro uma
Depois a outra.
Depois voltei a amar uma,
Depois amei a outra.

E hoje a outra não quer saber da uma.
Nem a uma quer saber da outra.
Porque enquanto estava com a outra, quis uma.
E enquanto eu amei uma, quis a outra.

Se hoje, nem uma, nem outra
Entendem que me confundi,
Não serei injusto em lhe fazer
Aquilo que tanto a mim machucou.

Me traga primeiro a outra,
Depois traga mais uma.
Afinal, uma ou outra tem que gostar de mim.
E já que uma não me perdoa,
Esqueço uma;
E amo a outra, agora sim!

(Yuri Luck)

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