PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

sábado, 10 de dezembro de 2011


"" PIOR DO QUE UMA VOZ QUE CALA, É UM SILÊNCIO QUE FALA""

O silêncio é um elemento de muitas facetas. Pode ser um aliado valioso, assim como pode ser o mais mortal dos inimigos. Pode evidenciar sabedoria e em outros casos, covardia. Pode traduzir os mais nobres sentimentos, o enlevo e a sublimação, assim como pode ressaltar a indiferença e o desprezo.

O silêncio tanto pode ser um bálsamo como um veneno. Assim como podemos nos arrepender por algumas palavras proferidas, que não há como desfazê-las, também o silêncio pode nos trazer arrependimentos e dores, por tudo aquilo que poderíamos ter dito e não o fizemos. O silêncio pode indicar a paz, assim como pode representar o inferno de cada um. São os silêncios que falam sobre desinteresse, esquecimento, recusas.

O silêncio arquiteta planos que não são compartilhados. Quando nada é dito, nada fica combinado. Ele é o único argumento que não se pode refutar.


(Beth Lucchesi)

Nenhum comentário:

Postar um comentário