PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

sábado, 28 de janeiro de 2012

   NOSTALGIA
(Beth Lucchesi)



Houve um tempo de amor
Houve um tempo de magia
A vida era tão bela
Cercada de fantasia

A gente  andava abraçado
A gente  sonhava acordado
Sentados de frente pro mar

Passeio na beira da praia
Cantigas de violão
A lua envaidecida
Derramava inspiração

Nas dunas de areia branquinha
A gente  deitava juntinho
E a brisa fresca da tarde
Soprava em nossos ouvidos
Sussurros como carinho

Naquele banco da praça
Tão bom pra namorar
A gente sorria feliz
E começava a sonhar

Houve um tempo de amor
Houve um tempo de magia
O presente, bom demais
O futuro, não havia

Hoje tudo é tão distante
Na dura estrada da vida
Sonhar não foi o bastante

A lua perdeu o encanto
A praça está solitária
Já não se anda na praia
E o violão ficou mudo

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