PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

"Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida." (Clarice Lispector)

SAUDADE

(Betty Lucchesi)

 Alguém inventou a saudade
E depois nem quis saber
Pra quem sente é martírio
Pra quem deixa.... vai saber

A saudade toma conta quando quer
Dói no peito, Fere a alma
Sem alívio nem remédio
Dilacera o coração

É ingrata, maltrata, 
despedaça sem razão
Quando chega não avisa
Enfraquece nosso espírito
Jamais pede permissão

Não é fácil conviver
Com a dor de uma saudade
Onde agora são só lágrimas
Já reinou felicidade.




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