PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012



ESCREVINHAR

Minha poesia é pura catarse
Meus versos plebeus não têm ambição
Brindo a alegria, celebro a vida, recito amores
Pecados e dores em revelação

Eu não tenho a primazia
Nem talento rebuscado
Minha fonte é o sentimento
Súbito, inesperado, a coisa do momento

Palavras sem ordem nem exatidão
Cálidas rimas versejando sem pudores
Segredos inconfessos  do insensato coração

Nos caminhos da vida sigo a escrevinhar
Nas linhas do tempo aprendendo a conjugar
O mágico e inefável verbo, poetizar

(Betty Lucchesi)











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