PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

quinta-feira, 7 de março de 2013

AGONIA


AGONIA
De repente o dia fez-se noite
Mergulhada no breu, despida de luar
E a razão lacerou o sonho num açoite

No silêncio vazio tombou a ilusão
Pelas sendas escuras esvaiu-se a quimera
Rasgou-se em dor pungente o coração 

Nas brumas da tristeza afundou-se a poesia

 Calou-se o verso sufocado em agonia








Agonia by Oswaldo Montenegro on Grooveshark

Um comentário:

  1. Que nenhum dia-noite se abata sobre ti poetisa, e que a razão, essa destruidora das ilusões, seja forasteira ligeira em tua mente, a portar látego macio e não cnute implacável. Que não haja outras quimeras senão a que se esvaiu e não permita que a poesia afunde... Não sobre as brumas que lembram o mar que tanto, amas... Sê, pois, o verso novamente exaltado, eis que agonia também é ânsia de desejo, não só sofrimento.

    ResponderExcluir