PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

domingo, 17 de março de 2013

VILAREJO



Vilarejo by Marisa Monte on Grooveshark
 
 VILAREJO


 Casas pequeninas,
espremidas, caiadas,
cheias de paz...
Festa de cores,
aroma de flores,
vento beijando
varais
Por lá, moram sonhos
esquecidos,
fugidos do mundo,
sem brilho e sem dor
Passos simplórios
caminham sem pressa,
no chão das vielas
batidos no calor
Por lá, o sol acorda
cedo e a lua
hega já
Lá, no meio do nada,
a vida se arrasta nos
ponteiros do tempo
vazio...
E os olhos parados,
sentem saudade
do que nunca existiu

Um comentário:

  1. Não sei por que, isso me lembrou "Gente Humilde", a velha canção do Garoto letrada por Chico Buarque...

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