PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

sábado, 20 de abril de 2013

Plúmbeo

PLÚMBEO

As lágrimas que beiram os olhos,
têm o peso do chumbo
Não escorrem...
Acumulam-se nas bordas,
embaçam a razão

Uma alma macerada jaz
sobre o mármore frio,
em qualquer canto do
interior

Rabiscadas em papel
desbotado,
palavras da esperança que
despediu-se

Ecos de lembranças
atravessam  paredes lúgubres,
como canto gregoriano

Entre as frestas do telhado,
à espreita, seus olhos
gelados
Corvos sorriem...
 


















Um comentário:

  1. Um texto que se pode chamar de "dark"... Em todo caso, deve-se respeitar as razões do poeta..

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