PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Pueril



PUERIL
No varal da fantasia,
pendurei sonhos pueris
e no banco da doçura,
descansei a esperança.
Sob o calor da maturidade,
secaram as ilusões.
A vida caminhou...
Hoje remexo na memória,
em busca das lembranças
que remetem às cantigas de roda.
Houve um tempo brando,
de sorriso puro e olhar
inocente...
Na razão altiva do presente,
apenas uma certeza:
Para ler poesia nas
páginas da felicidade,
basta brincar com a criança
no quintal interior.


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