PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Breu eterno



BREU ETERNO

Abri os olhos,
Amanhecia...
Mas em mim ainda era noite,
O sol não alcançava o dia.

Busquei na lembrança, os sonhos
Perdidos na madrugada vazia...
No resgate da memória
Só pesadelos medonhos.

Em meus delírios,
Inventei uma ponte,
Que levava ao horizonte
Onde a paz prometia...

Um jardim de devaneios,
Cultivado pelo anseio
De ver a vida florescer.

Quem sabe assim eu pudesse
Como milagre de uma prece
Sentir em mim o amanhecer...

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