PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Desalento



DESALENTO
 Já tive primaveras no olhar,
que enfeitavam paisagens
com aroma de flor.
Hoje trago apenas saudade...
O tempo correu solto
ao largo de minha janela.
O horizonte cada vez mais
distante, parece zombar
de meu desalento.
Sonhos feneceram...
O que restou, reflete como
miragem no deserto
dentro de mim.
A vida se perdeu,
eu não percebi.

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